Por David Morgan e Jack Queen
(Reuters) - Alguns Estados norte-americanos estão enviando fortes sinais a autoridades locais e de condados que possam estar tentadas a intervir ilegalmente na eleição de 5 de novembro, ou que se recusem a certificar resultados: se não cumprirem seu dever, podem sofrer acusações criminais e receber multas pesadas.
Em pelo menos cinco dos sete Estados-chave que podem determinar quem será o próximo presidente dos Estados Unidos – a democrata Kamala Harris ou o republicano Donald Trump –, autoridades eleitorais e policiais investigaram, indiciaram e até prenderam autoridades que tentaram interferir ou atrasar a certificação dos resultados, uma medida necessária, mas majoritariamente cerimonial.
Autoridades de condados também foram alertadas que, caso não certifiquem resultados no prazo, podem forçar seus governos locais a arcarem com auditorias e recontagens desnecessárias.
O crescente escrutínio sobre autoridades locais tem como objetivo impedir que alegações infundadas de fraude atrasem a certificação dos resultados eleitorais, o que pode interferir na certificação do Congresso dos resultados na eleição presidencial, em momento de alta polarização.
Quatro anos após Trump ter tentado reverter a sua derrota eleitoral, autoridades dos Estados-chave Arizona, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin, assim como no fortemente democrata Colorado, afirmaram que estão muito mais preparadas para punir quem abusa de sua autoridade.
Com Trump repetindo as falsas alegações de que a eleição de 2020 foi roubada e que só perderá em novembro se houver fraude, assegurar que o processo eleitoral corra sem sobressaltos é muito importante. Estados que não certificarem os resultados após um certo prazo podem ficar fora do processo do Colégio Eleitoral que formalmente determina o vencedor da eleição presidencial norte-americana.
“A lei é clara e não vamos tolerar que qualquer pessoa não a observe, por qualquer razão”, disse a secretária de Estado de Michigan, Jocelyn Benson. “Há hora e lugar para contestar os resultados eleitorais. A certificação do processo não é uma delas.”
(Reportagem de David Morgan em Washington e Jack Queen em Nova York, reportagem adicional de Joseph Tanfani)
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC