SÃO PAULO (Reuters) - Embora humanizar animais e insetos para contar uma história nada tenha de novo, os diretores e roteiristas Hélène Giraud e Thomas Szabo fizeram uma proeza em "Minúsculos 3D - O Filme". Baseados em uma série de TV homônima francesa, de muito sucesso por lá, seus autores investiram neste longa levando o que de melhor fizeram na televisão.
A produção retrata a vida de insetos a partir de um ponto de vista tragicômico, sem falas (mas não faltam diálogos) e usando as idílicas paisagens francesas como pano de fundo (os personagens são inseridos depois). A sensibilidade das soluções para que todos, crianças e adultos, entendam o que está ocorrendo é o grande acerto aqui (cada inseto faz um som específico), aliado a uma bem-engendrada linha narrativa.
No início, o espectador é apresentado a uma joaninha que se perdeu da família. Ao lado das sobras de um piquenique (que humanos deixaram para trás), ela percebe como é difícil a vida numa sociedade de insetos e sua hierarquia. É quando ela conhece um grupo de formigas cinzas, com quem faz amizade, que estavam ali para carregar uma preciosa caixa de torrões de açúcar para casa.
A carga é um tesouro desejado também por outro formigueiro, o das beligerantes vermelhas, que iniciam uma guerra pelo açúcar. Cercada pelo fogo cruzado, a joaninha deverá superar seus medos e até mesmo uma deficiência (quebrou a asa) para ajudar suas novas amigas.
As criativas batalhas, o tom de comédia, a fábula, o romance, a jornada do herói, enfim, são elementos bastante afinados no roteiro, tornando o que se vê na tela algo universal. O próprio fato de não haver falas potencializa esse efeito (poupando-se de conflitos com dublagem), ao mesmo tempo que retém a atenção do espectador, principalmente o infantil, pela emoção passada, muitas vezes, apenas no traço do desenho.
(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20150121T175221+0000