👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

ESTREIA-No excêntrico “A Vingança Está na Moda”, Kate Winslet volta à cidade natal para desvendar crime

Publicado 18.05.2016, 19:48
© Reuters. Kate Winslet posa para fotógrafos no 88º Academy Awards, em Hollywood

SÃO PAULO (Reuters) - Para fazer uma analogia com o próprio mundo que “A Vingança Está na Moda” aborda, o filme estrelado por Kate Winslet seria aquele modelito difícil de definir por sua mistura de elementos que, a princípio, traz uma surpreendente harmonia em sua diversidade, até que os ajustes de última hora exibem o exagero nos adereços e acessórios finais.

O novo longa de Jocelyn Moorhouse, cineasta australiana que volta após um grande hiato em sua carreira --sua última direção foi em 1997, com “Terras Perdidas”, e o derradeiro roteiro em 2002, com “Amor a Toda Prova”--, é uma fusão de gêneros beirando o absurdo até cair em um confuso abismo.

Adaptação do livro de Roselie Ham, publicado com grande sucesso na Austrália, em 2000, a produção traz para as telas o Outback, como é conhecido o interior desértico daquele país, por meio da fictícia Dungatar. É para lá que retorna a modista Myrtle Dunnage (Kate Winslet), para usar a linguagem corrente dos anos 1950, quando se passa a história.

Expulsa da pequena cidade quando criança, por acreditarem que matou o menino Evan Pettyman, filho do prefeito que fazia bullying com ela e outros colegas, “Tilly” reaparece com a intenção de descobrir o que aconteceu, já que não se recorda muito do incidente, mas tem certeza de sua inocência.

A vingança destacada no título brasileiro vem por meio dos vestidos criados pela estilista --os figurinos de Margot Wilson e Marion Boyce são obviamente um destaque na produção--, que primeiro a ajudam a atrapalhar o jogo de rúgbi local e depois promovem uma transformação na acanhada Gertrude Pratt (Sarah Snook) que parece fazer a população esquecer seu passado.

Mas muitas coisas ainda vão acontecer em sua estadia em Dungatar, especialmente na convivência conturbada com sua eremita e esquecida mãe, Molly (Judy Davis).

O roteiro escrito por Moorhouse com o marido P.J. Hogan, de “O Casamento de Muriel” (1994) e “Peter Pan” (2003), traz a sucessão de eventos do livro em uma combinação de melodrama com comédia screwball --ou maluca, na qual o inusitado dá o tom-- e toques de policial, noir e até faroeste.

A estranha miscelânea de gêneros, que parece compor uma unidade graciosa no início, se mostra não tão homogênea até entrar em descompasso no terceiro ato.

Se Jocelyn erra a mão na dose e abordagens, ao menos, tem em mãos um bom elenco para sustentar a trama em suas derrapadas. Mesmo longe das performances que lhe deram um Oscar e mais seis indicações, Winslet hipnotiza como uma verdadeira mulher fatal popularizada pelos filmes daquela época, como o clássico de Billy Wilder, “Crepúsculo dos Deuses” (1950), que sua protagonista vai ver com o jovem Teddy (Liam Hemsworth vivendo um interesse romântico bem diferente de seu Gale de “Jogos Vorazes”).

Aliás, quem os acompanha nesta ida ao cinema é a mãe dela, para Judy Davis, atriz recorrente de Woody Allen em longas como “Maridos e Esposas” (1992), mais uma vez roubar a cena com a louca lucidez que emprega em Molly.

À exceção do sargento Farrat (Hugo Weaving lembrando os tempos de “Priscilla, a Rainha do Deserto”, de 1994), policial crossdresser que esconde sua paixão por tecidos, Tilly enfrenta o desprezo e desconfiança de todos os outros habitantes da pequena Dungatar, tipos pintados em cores tão fortes quanto a fotografia de Donald McAlpine.

© Reuters. Kate Winslet posa para fotógrafos no 88º Academy Awards, em Hollywood

Com referências shakespearianas destacadas na menção à “Macbeth” e humor negro intenso, a obra envolve tanto o público nesta contraposição entre Tilly e este microcosmo de hipocrisia, que tem muito de real em seu absurdo, que não há como evitar uma ponta de contentamento com seu catártico clímax.

(Por Nayara Reynaud, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.