SÃO PAULO (Reuters) - Depois de serem coadjuvantes – e roubarem a cena - nos longas da série "Meu Malvado Favorito", os Minions se tornam protagonistas. Na animação "Minions", sob a direção de Kyle Balda ("O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida") e Pierre Coffin ("Meu Malvado Favorito") é contada a origem das minúsculas criaturas amarelas que surgiram nos primórdios da Terra.
Desde que eram organismos unicelulares, eles se associaram ao que havia de pior na vida pré-histórica marinha, evoluindo biologicamente sempre ao lado de predadores, até deixarem a água e se tornarem assistentes de um T-Rex, acabando responsáveis por sua morte acidental.
Ao longo dos séculos, esse padrão se repetiu, envolvendo, entre outros, Drácula e Napoleão. Depois de tanto fracasso, as centenas de Minions se isolam numa região gélida, longe da humanidade.
Cada vez mais deprimidos, resolvem que precisam procurar outro malvado para chamar de seu. Três dos pequeninos são escolhidos: Kevin, o mais responsável, Stuart, o ranzinza, e Bob, o ingênuo. Quando chegam à Nova York do final dos anos 1960, encontram protestos e efervescência cultural – mas também ficam sabendo que em Orlando acontecerá uma conferência de vilões de todo o mundo, onde poderão encontrar um novo chefe.
Com roteiro de Brian Lynch ("Hop: Rebeldes sem Páscoa"), o filme tenta recriar o fervor da época – especialmente na direção de arte e na trilha sonora, que traz clássicos do rock e do pop dos anos de 1960. As referências, é claro, possivelmente não serão percebidas pelo público infantil, mas deverão agradar principalmente aos seus acompanhantes adultos.
A nova chefe dos Minions poderá ser Scarlett Overkill (muito bem dublada por Adriana Esteves), a grande vilã que aterroriza a Londres da época e sonha ser a Rainha da Inglaterra – para isso, usará seus novos servos no roubo da coroa real.
Tudo é uma desculpa para os diretores e o roteirista fazerem humor – desde uma rainha da Inglaterra (obviamente mais jovem do que no presente) até as tradições e costumes do país. Mas muito da graça surge das falas sem muito sentido das criaturinhas – todas dubladas por Coffin –, cuja linguagem combina grunhidos, palavras inexistentes, inglês, francês, espanhol e vai se saber qual outra língua mais.
Ao contrário de Gru – o protagonista de "Meu Malvado Favorito" –, Scarlett não é aprendiz. Já tem boa parte do mundo a seus pés, contando com ajuda do marido, Herb (Vladmir Brichta), para criar geringonças e aperfeiçoar seu poder, além de ser exímia em artes marciais.
A quantidade de Minions deve ter aberto uma imensa gama de possibilidades – e talvez os diretores e o roteirista nem tenham aproveitado a melhor, pois a trama é mais bem-resolvida em seu conceito do que na execução. Em todo caso, as criaturinhas não ficarão sem emprego, visto que uma nova sequência de "Meu Malvado Favorito" está planejada para 2017.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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