(Reuters) - Estudantes muçulmanos que visitavam o gabinete de um deputado estadual em Oklahoma, Estados Unidos, tiveram que preencher um formulário com perguntas que os alunos consideraram ofensivas, como, por exemplo, se eles batiam em suas esposas, informou um grupo de defesa dos direitos islâmicos.
O formulário de duas páginas do deputado republicano John Bennett, o qual foi compartilhado pelo Conselho de Relações Islâmico-Americanas (Cair, na sigla em inglês), também questionou se eles acreditavam que um fiel do Islã deveria ser punido se deixar a fé e se muçulmanos deveriam dominar não-muçulmanos.
Um membro da equipe de Bennett deu o formulário a estudantes muçulmanos que visitaram o gabinete na quinta-feira buscando encontrá-lo, disse Adam Soltani, diretor-executivo da unidade do Cair em Oklahoma. O questionário foi apresentado como uma exigência antes de se reunirem com Bennett, disse Soltani.
Os estudantes foram à Assembleia Legislativa em Oklahoma City para um evento anual do Dia Muçulmano organizado pela Cair para apresentar os membros da comunidade a legisladores estaduais e encorajar uma interação democrática, afirmou Soltani por telefone no sábado.
Bennett confirmou para o jornal Tulsa World, em um email, que três alunos muçulmanos que visitaram seu gabinete na quinta-feira como parte das atividades do Dia Muçulmano receberam os formulários, os quais, entre outras perguntas, inquiria: "Você bate em sua esposa?"
O deputado disse que a lei islâmica e o Corão permitem que muçulmanos batam em suas esposas, embora "isso certamente não signifique que todos os homens muçulmanos batam em suas esposas", escreveu ele no email, segundo o jornal.
Bennett e o partido republicano no Estado não responderam a repetidos pedidos por comentários.
(Reportagem de Alex Dobuzinskis em Los Angeles)