Por Belinda Goldsmith
ESTOCOLMO (Fundação Thomson Reuters) - Os gastos militares mundiais aumentaram 1 por cento em 2015, primeiro aumento anual em quatro anos, disse nesta terça-feira um centro de análise de Estocolmo, que ao mesmo tempo estimou que 10 por cento desses gastos poderiam cobrir os custos dos objetivos globais que visam terminar com a pobreza e a fome em 15 anos.
O Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo afirmou que os gastos militares alcançaram quase 1,7 trilhão de dólares no ano passado, com os Estados Unidos sendo de longe o responsável pela maior fatia, apesar dos seus gastos terem caído 2,4 por cento para 596 bilhões de dólares.
A China foi a segunda que mais gastou pelo segundo ano consecutivo com 215 bilhões de dólares e um aumento de 7,4 por cento. A Arábia Saudita passou a Rússia para assumir a terceira colocação. A Grã-Bretanha ficou em quinto.
O instituto disse que os gastos militares equivaleram a 2,3 por cento do produto interno bruto global e que 10 por cento disso seria suficiente para financiar os objetivos globais das Nações Unidas para terminar com a pobreza e a fome até 2030.
"Isso dá algum tipo de perspectiva que pode permitir que as pessoas vejam qual é o custo de oportunidade envolvido em gastos militares globais”, afirmou Sam Perlo-Freeman, do instituto de Estocolmo, à Fundação Thomson Reuters.
"Isso pode provocar algum debate, embora nós certamente não estamos esperando um corte de 10 por cento em gastos militares”, disse. “Isso se trata da política desses países.”
Dados da Organização das Nações Unidas mostram que um número estimado de 800 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza e sofrem com a fome. Estados frágeis e atingidos por conflitos são os que têm maiores índices de pobreza.