SANAA (Reuters) - Dominante no Iêmen, o movimento houthi dissolveu o parlamento nesta sexta-feira e disse que uma assembleia interina será criada, gesto que pode atenuar uma disputa de poder que forçou o presidente a renunciar no mês passado.
A nova assembleia irá eleger um conselho presidencial interino de cinco membros para administrar os assuntos do país durante um período de transição de até dois anos, de acordo com um pronunciamento feito pela televisão.
Alguns líderes políticos compareceram ao anúncio, que aconteceu no palácio presidencial. Ex-ministros do Interior e da Defesa também estavam no local, indicando que o pronunciamento tem o aval de outras facções políticas.
O Iêmen está em um limbo institucional desde que o presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, e o governo do primeiro-ministro, Khaled Bahah, pediram demissão depois de os houthis ocuparem o palácio presidencial e confinarem o chefe de Estado em sua residência para se firmar no controle do país.
Os houthis, que passaram a mediar as relações de poder ao tomar a capital Sanaa em setembro, vêm conversando com as principais facções políticas para tentar chegar a um acordo e sair do impasse.
O movimento xiita, apoiado pelo Irã, deu até a próxima quarta-feira para que os grupos políticos acordem uma saída para a crise. Em caso contrário, irá impor sua própria solução.
(Por Mohammed Ghobari e Rania El Gama)