NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos lançaram nesta terça-feira um programa para defender jornalistas ao redor do mundo de ameaças legais que buscam silenciar vozes críticas, tática cada vez mais frequente que a principal autoridade de auxílio externo do país, Samantha Power, descreveu como "lawfare".
Administradora da Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA, Power anunciou o programa Reporter Shield (Escudo dos Repórteres, em tradução livre) em um evento para marcar o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa na ONU.
"Muitos veículos independentes não aguentam ser processados, então são obrigados a fechar as portas ou tentam se auto-censurar para evitar atrair o interesse daqueles que podem visá-los", disse.
"Líderes corruptos sabem disso, e é por isso que estão usando o lawfare cada vez mais."
A Agência disse que planeja trabalhar com o Congresso para aportar nove milhões de dólares para o programa, que será administrado em conjunto com o Projeto de Reportagem de Corrupção e Crime Organizado e o Centro para Justiça Internacional Cyrus R. Vance.
"Para resistir ao lawfare, jornalistas e veículos de imprensa precisam de uma proteção robusta, precisam de treinamento sobre como evitar processos, precisam de recursos para contratar advogados e cobrir despesas legais", disse Power.
A Agência afirmou que o Reporters Shield será um programa de membros e que organizações pagarão uma taxa anual com base em fatores como a localização do veículo e quantas reportagens são produzidas por ano.
(Reportagem de Michelle Nichols)