Por Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão trabalhando com urgência por um acordo diplomático que permita que civis israelenses e libaneses voltem para suas casas nos dois lados da fronteira, disse o secretário de Defesa, Lloyd Austin, nesta terça-feira.
Bombardeios na fronteira norte de Israel levaram a uma retirada de dezenas de milhares de pessoas de áreas nos dois lados da fronteira e se intensificaram nas últimas semanas, o que provocou temores de uma guerra total entre Israel e Hezbollah.
“As provocações do Hezbollah ameaçam arrastar os povos israelense e libanês a uma guerra que eles não querem. Uma guerra como essa seria uma catástrofe para o Líbano e seria devastadora para civis inocentes israelenses e libaneses”, afirmou Austin, no começo da sua reunião com o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, no Pentágono.
“Diplomacia é de longe a melhor maneira de evitar mais escaladas. Então, estamos buscando com urgência um acordo diplomático que restaure a calma na fronteira norte de Israel e permita que civis voltem seguramente para suas casas nos dois lados da fronteira entre Israel e Líbano”, acrescentou.
O conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, disse que Israel passará as próximas semanas tentando resolver o conflito com o Hezbollah, grupo do Líbano fortemente armado e com apoio do Irã, e prefere uma solução diplomática.
Hanegbi afirmou que Israel está discutindo com autoridades norte-americanas a possibilidade de que um esperado fim das intensas operações militares israelenses em Gaza permita um “acordo” com o Hezbollah.
Hezbollah e Israel trocam ataques há mais de oito meses, paralelamente à guerra em Gaza.
No Pentágono, Gallant afirmou que discutiria prontidão militar com Austin. “Estamos trabalhando em proximidade para chegar a um acordo, mas também precisamos discutir prontidão em todos os cenários possíveis”, afirmou Gallant.
Gallant disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na segunda-feira que Israel prefere uma solução diplomática ao conflito com o Hezbollah, segundo o Departamento de Estado.
“Nós achamos que uma solução diplomática é possível. Nós achamos que é do interesse de todas as partes envolvidas”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, nesta terça-feira.
Gallant, no Pentágono, disse que discutiria os estreitos laços de defesa entre Israel e Estados Unidos, mas também áreas de divergência.
Em maio, o governo Biden pausou o envio de bombas de 900 kgs e de 225 kgs por preocupações com o impacto que elas teriam em áreas densamente povoadas, mas Israel ainda deveria receber bilhões de dólares em armas dos Estados Unidos.
(Reportagem de Idrees Ali, Humeyra Pamuk e Simon Lewis)