Por Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - Uma porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou a China como um "regime truculento" por ter revelado fotografias e detalhes pessoais de uma diplomata norte-americana que se encontrou com líderes estudantis do movimento pró-democrático de Hong Kong.
A acusação foi incomum e firme e ocorre enquanto as tensões entre os governos de Washington e Pequim crescem em meio a uma acirrada guerra comercial acompanhada de episódios de rivalidades no Oceano Pacífico ocidental, entre outras disputas.
O gabinete do Ministério das Relações Exteriores da China em Hong Kong pediu nesta quinta-feira que os Estados Unidos explicassem informações publicadas na imprensa controlada pelo Partido Comunista de que seus diplomatas estariam em contato com líderes estudantis dos protestos que sacudiram Hong Kong nas últimas nove semanas.
O jornal de Hong Kong Ta Kung Pao publicou uma foto de uma diplomata dos Estados Unidos, identificada como Julie Eadeh, da seção política do consulado, conversando com líderes estudantis no lobby de um hotel de luxo.
A fotografia apareceu sob a manchete "Forças exteriores intervém".
"Eu não acredito que o vazamento de fotos, informações pessoais, nomes de filhos de uma diplomata norte-americana, não acredito que isso seja um protesto formal, isso é o que um regime truculento faria", disse a porta-voz do Departamento de Estado Morgan Ortagus em um pronunciamento na quinta-feira. "Essa não é a maneira na qual um país responsável se portaria."