NOVA YORK (Reuters) - Se o Irã violar um embargo de armas ou restrições sobre seu programa de mísseis, isso não forçaria o restabelecimento automático ou uma "rápida volta" de sanções da Organização das Nações Unidas contra o país, sob os termos de um acordo nuclear fechado em julho, embora haja outras opções disponíveis, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta terça-feira.
"O embargo às armas não está vinculado a uma rápida volta (das sanções)", disse Kerry. "Está ligado a uma série separada de obrigações. Então, eles não estariam de fato violando o acordo nuclear por violarem a parte do embargo de armas."
Ao falar durante o evento Reuters Newsmaker, Kerry disse que uma nova estrutura seria criada para substituir um painel de especialistas da ONU que tem monitorado o cumprimento dos termos de sanções. Sob um acordo nuclear, esse painel será extinto nos próximos meses.
O embargo sobre armas e mísseis balísticos da ONU sobre Teerã foi um dos pontos mais difíceis para se chegar à conclusão de uma maratona de negociações entre o Irã e seis potências mundiais no mês passado.
O Irã, apoiado pela Rússia e pela China, queria que estas restrições fossem encerradas como parte do acordo nuclear, concluído em 14 de julho. Mas um acordo foi alcançado, sob o qual o embargo às armas continuaria por até cinco anos, e sobre mísseis balísticos, por até oito anos.
Sob o acordo, sanções sobre o Irã seriam removidas em troca de limitações de longo prazo ao seu programa nuclear.
(Por Louis Charbonneau e Michelle Nichols, com reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafed, em Dubai)