WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e a China concluíram dois dias de negociações militares em Washington nesta terça-feira, disse o Pentágono, no mais recente compromisso entre os dois países desde que concordaram em retomar os laços militares.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, concordaram no final do ano passado em reiniciar o compromisso que havia sido rompido por Pequim após a então presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, visitar Taiwan, em agosto de 2022.
Michael Chase, vice-secretário adjunto de defesa para China, Taiwan e Mongólia, reuniu-se com o major-general chinês Song Yanchao, vice-diretor do escritório da comissão militar central para cooperação militar internacional, disse o Pentágono. Esta foi a 17ª vez em que ocorreram conversas de coordenação da política de defesa EUA-China.
"Os dois lados discutiram as relações de defesa EUA-RPC, e o Dr. Chase destacou a importância de manter linhas abertas de comunicação entre militares, a fim de evitar que a concorrência se transforme em conflito", acrescentou comunicado, usando a sigla para a República Popular da China.
O principal oficial militar dos EUA, presidente do Estado-Maior Conjunto, General Charles Q. Brown, manteve uma reunião virtual com o seu homólogo chinês, general Liu Zhenli, no mês passado.
Autoridades do Pentágono afirmam que a comunicação entre os dois militares é crucial para evitar que um erro de cálculo se transforme em conflito.
Autoridades dos EUA alertaram que mesmo com alguma restauração das comunicações militares, forjar um diálogo verdadeiramente funcional entre os dois lados poderá levar tempo.
Washington e Pequim estão discordam sobre tudo, desde o futuro de Taiwan, governado democraticamente, até às reivindicações territoriais no Mar do Sul da China. As relações diplomáticas ainda estão se recuperando após os EUA terem derrubado um suposto balão espião chinês em fevereiro.
Taiwan realiza eleições presidenciais e parlamentares neste fim de semana, que ocorrem em um contexto de guerra de discursos intensificada entre Taiwan e a China, que vê a ilha como o seu próprio território, apesar das fortes objeções do governo taiwanês.
(Reportagem de Idrees Ali e Phil Stewart)