Por Jeff Mason e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão "profundamente consternados" com a decisão do gabinete israelense de expandir a atividade de assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada, disse a Casa Branca nesta quinta-feira, sugerindo que o presidente norte-americano, Joe Biden, está preparado para adotar uma postura mais dura ao lidar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Essa atividade “cria fatos no terreno que minam uma solução de dois Estados” entre israelenses e palestinos, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, a repórteres.
Membros seniores da coalizão de extrema direita de Netanyahu têm buscado expandir mais os assentamentos no território da Cisjordânia, capturado por Israel em uma guerra em 1967 e onde os palestinos querem estabelecer um Estado.
A maioria das potências mundiais considera ilegais os assentamentos de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Israel contesta isso e menciona laços bíblicos, históricos e políticos com a Cisjordânia, assim como interesses de segurança.
"Estamos profundamente consternados com o anúncio pelos israelenses de que vão avançar milhares de novos assentamentos e legalizar retroativamente nove postos avançados na Cisjordânia que até agora eram ilegais sob a lei israelense", disse Jean-Pierre.
No domingo, Israel concedeu autorização retroativa a nove postos de colonos na Cisjordânia e anunciou a construção em massa de novas casas em assentamentos estabelecidos.
"Os Estados Unidos se opõem veementemente a essas medidas unilaterais que exacerbam as tensões, prejudicam a confiança entre as partes e minam a viabilidade geográfica da solução de dois Estados", disse Jean-Pierre.