Por Manoj Kumar
NOVA DÉLI (Reuters) - Os Estados Unidos expressaram dúvidas a respeito do funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e pediram reformas na entidade, disse o diretor-geral Roberto Azevêdo nesta segunda-feira, no momento em que as tensões no comércio global aumentam.
O brasileiro Azevêdo, que participa de uma reunião informal de dois dias com cerca de 50 membros da OMC em Nova Déli, disse aos repórteres que o ambiente de comércio global está bastante arriscado e que o organismo que comanda buscou uma conversa "aberta e honesta" com seus integrantes.
"Este é um momento no qual estamos enfrentando muitos desafios dentro e fora da OMC", disse.
O encontro é o primeiro de membros da OMC desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 25 por cento sobre importações norte-americanas de aço e de 10 por cento sobre importações de alumínio na semana passada.
Duas autoridades graduadas do Ministério do Comércio da Índia disseram que um grupo de integrantes da OMC, incluindo China, Japão, Índia e Coreia do Sul, deve protestar contra a decisão dos EUA.
Mas eles também disseram que a postura final só será conhecida após debates na terça-feira.
O ministro do Comércio indiano, Suresh Prabhu, disse esperar que a reunião, que terá a presença do vice-representante comercial dos EUA, Dennis Shea, possa levar os processos multilaterais adiante, já que as conversas realizadas em Buenos Aires em dezembro fracassaram devido ao temor de uma guerra comercial.
Segundo Azevêdo, Washington argumenta que o comércio internacional mudou desde que a OMC, que estabelece as regras globais de comércio entre as nações, foi criada em 1995.
"Os EUA querem alguma atualização e reformas (na OMC), e as conversas com os EUA estão em andamento", disse.