Por Julie Steenhuysen
CHICAGO (Reuters) - O Zika vírus pode ser responsável por um aumento nos problemas congênitos em Estados e territórios dos Estados Unidos, mesmo em mulheres que não apresentaram sintomas sobre exposição ao Zika durante a gravidez, disseram autoridades de saúde dos EUA nesta quinta-feira.
As áreas em que circula o vírus transmitido por mosquito, incluindo Porto Rico, sul da Flórida e parte do sul do Texas, viram um aumento de 21 por cento nos problemas congênitos fortemente ligados ao Zika no último semestre de 2016 em comparação com o primeiro semestre daquele ano, afirmou o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA em seu relatório semanal sobre morte e doença.
Os pesquisadores disseram que não estava claro se o aumento era devido à transmissão local de Zika ou se houve outros fatores contribuintes.
O surto de Zika foi detectado pela primeira vez no Brasil em 2015 e se espalhou pelas Américas. Foi associado a milhares de casos suspeitos de microcefalia, um problema raro de nascimento marcado pelo tamanho da cabeça incomumente pequeno, anormalidades oculares e danos nos nervos resultando em problemas articulares e surdez.
De acordo com o relatório, o CDC examinou os sistemas de notificação de problemas de nascimento existentes em 14 Estados dos EUA e Porto Rico para procurar defeitos congênitos possivelmente associados ao Zika.
Eles dividiram essas áreas em três grupos: locais com transmissão local do Zika, locais com níveis mais altos de Zika associado a viagens e lugares com taxas mais baixas de Zika relacionado a viagens.
"Nós vimos esse significativo aumento de 21 por cento nos defeitos de nascimento mais fortemente ligados ao Zika em partes dos EUA que tiveram transmissão local de Zika", disse Peggy Honein, epidemiologista e chefe da Divisão de Defeitos de Nascimento do CDC, em uma entrevista por telefone. "A única área em que vimos esse aumento foi nas jurisdições que tiveram transmissão local".