WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Educação dos Estados Unidos impôs uma multa recorde de 4,5 milhões de dólares à Universidade Estadual do Michigan devido ao que classificou como uma falha na proteção de estudantes contra abusos sexuais e ordenou a escola a fazer mudanças.
O departamento fez duas investigações separadas da universidade depois que Larry Nassar, ex-médico da escola e da equipe de ginástica dos EUA, foi acusado de abuso sexual por mais de 350 mulheres.
Em dois julgamentos diferentes, Nassar foi condenado a 300 anos de prisão por ter abusado de jovens ginastas. Procuradores disseram que ele abusou de mais de 265 pessoas, muitas graças ao atendimento que prestava à Universidade Estadual do Michigan.
"A Universidade Estadual do Michigan não reagiu adequadamente às queixas contra o doutor Nassar e Dean Strampel (da mesma universidade), e por isso sujeitou alunas a um ambiente sexualmente hostil que lhes negou o acesso e a capacidade de se beneficiar de sua educação", disse a secretária de Educação, Betsy DeVos, em uma conversa com repórteres por telefone.
A universidade se tornou alvo de críticas públicas pela maneira como lidou com o caso Nassar. Atletas se queixavam de Nassar desde os anos 1990, mas a instituição só iniciou uma investigação em 2014.
"Pessoas poderosas demais sabiam dos comportamentos e das queixas, e ainda assim os predadores continuaram na folha de pagamento e abusaram de ainda mais estudantes", disse Betsy.
Strampel, ex-chefe de Nassar, foi preso em março de 2018 e acusado de má conduta sexual criminosa. Ele foi condenado a um ano de prisão por negligência na função e má conduta no cargo, de acordo com reportagens.
(Por Makini Brice)