Por Lesley Wroughton
DJIBUTI (Reuters) - Os Estados Unidos estão alarmados com o agravamento da situação humanitária no Iêmen e nesta quarta-feira irão discutir com autoridades sauditas uma possível interrupção no conflito para tentar levar alimentos, combustível e remédios para os civis, declarou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
"A situação está se tornando mais grave a cada dia, e estamos preocupados com isso", disse Kerry em uma coletiva de imprensa durante
visita a Djibuti – ele é o primeiro ocupante do posto a visitar a nação do chamado Chifre da África.
Kerry disse que os EUA instaram os dois lados do conflito no Iêmen a respeitarem as leis humanitárias e fazerem com que os civis sejam poupados nos combates. "Discutiremos a natureza da pausa e como pode ser implementada. Estou convencido de seu desejo de implementar a pausa", disse Kerry, afirmando ter debatido a ideia com outros países, que deram a entender que os houthis "também podem estar dispostos a fazer uma pausa".
Ele anunciou um novo pacote de ajuda de 68 milhões de dólares para as agências de assistência humanitária que atuam no Iêmen, já que grupos de ajuda alertaram que a escassez de combustível pode afetar seus esforços para lidar com a crise.
Essa carência atrapalhou hospitais e a entrega de suprimentos de comida nas últimas semanas, e o Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que sua necessidade mensal de combustível saltou de 40 mil para 1 milhão de litros.
Em 26 de março uma coalizão liderada pela Arábia Saudita iniciou ataques aéreos no Iêmen contra combatentes do grupo houthi, que tem o Irã como aliado e conta com o apoio de forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh. Os houthis assumiram o controle de partes do país, incluindo a capital Sanaa. A aliança encabeçada pelos sauditas está cogitando uma trégua em algumas áreas para permitir a distribuição da ajuda humanitária.