BEIRUTE (Reuters) - A coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico negou, nesta quinta-feira, a informação do Exército Sírio de que teria conduzido um ataque aéreo que atingiu o estoque de gás venenoso do Estado Islâmico, causando a morte de centenas de pessoas.
Um comunicado do Exército sírio, divulgado nesta quinta-feira pela televisão estatal, disse que o incidente em Deir al-Zor, província do leste do país, provou que o Estado Islâmico e militantes ligados à Al Qaeda "possuem armas químicas".
A Síria e sua aliada Rússia têm afirmado que os insurgentes que combatem o governo do presidente Bashar al-Assad tem estoques de gases químicos, com o objetivo de responsabilizar os rebeldes pelo ataque de armas químicas que deixou dezenas de mortes na Síria no dia 4 de abril.
Washington e seus aliados dizem que não há dúvidas de que o Exército sírio liderou o ataque, o que levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a lançar ataques de mísseis em uma base aérea síria na última semana.
O coronel da Força Aérea norte-americana John Dorrian, porta-voz da coalizão, disse que esta não fez nenhum ataque aéreo naquela área na ocasião.
"A alegação síria é incorreta e, provavelmente, uma desinformação intencional", disse ele em um email à Reuters.
O Ministério de Defesa da Rússia afirmou não ter informações sobre pessoas mortas no ataque da coalizão internacional de forças em Deir al-Zor, de acordo com a agência de notícias RIA. Um porta-voz do ministério disse que forças russas enviaram drones para verificar a área.
A ação militar dos EUA contra a base síria marcou a primeira vez que Washington teve como alvo direta e deliberadamente o governo sírio. Separadamente, os norte-americanos realizam uma campanha aérea contra o Estado Islâmico no leste da Síria.
(Por John Davison, em Beirute)