Por Daina Beth Solomon e Ted Hesson
LOS ANGELES/WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos gastará 314 milhões de dólares para apoiar os imigrantes venezuelanos em diversos países e reiniciar programas que permitam que alguns cubanos e haitianos se reúnam com membros de suas famílias nos Estados Unidos, anunciaram agências dos EUA nesta sexta-feira.
O anúncio foi parte de um impulso na Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles, para enfrentar os desafios da imigração, particularmente nos Estados Unidos, onde o número de imigrantes que chegam à fronteira EUA-México atingiu níveis recordes.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes presentes na cúpula deverão emitir uma declaração conjunta nesta sexta-feira em que prometem uma abordagem mais cooperativa em relação à imigração.
Biden, um democrata, tem procurado enquadrar a imigração como um desafio em todo o continente, e não como uma questão exclusiva da fronteira dos EUA com o México.
Os republicanos, que pretendem recuperar o controle do Congresso dos EUA nas eleições legislativas de novembro, criticaram duramente Biden por reverter algumas das políticas restritivas de seu antecessor republicano, Donald Trump, e buscam enquadrar a situação na fronteira como uma crise.
Na cúpula, o governo Biden apelou aos demais países das Américas para fortalecerem a proteção aos imigrantes, mas também para reforçar as fronteiras e deportar pessoas que não se qualificam para asilo.
Um alto funcionário norte-americano disse a repórteres na cúpula, na noite de quinta-feira, que os Estados Unidos e outros países estabeleceriam "compromissos concretos" e "esperam que todos os países façam sua parte".
Os Estados Unidos anunciaram vários programas destinados a aumentar os caminhos de migração legal e apoiar os imigrantes no exterior. As promessas incluem o reforço da contratação de trabalhadores temporários da América Central pelos Estados Unidos.
O compromisso de financiamento dos EUA para apoiar os imigrantes venezuelanos incluirá 171 milhões de dólares em ajuda humanitária e alimentos de emergência para imigrantes e refugiados venezuelanos no Brasil, Colômbia, Equador e Peru, informou na sexta-feira o Departamento de Estado dos EUA.
O governo Biden também reiniciará programas que permitem que alguns cidadãos norte-americanos e residentes permanentes se candidatem para trazer seus parentes de Cuba e Haiti para os Estados Unidos através de um status temporário conhecido como condicional humanitária, disse o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
Apesar de o governo Biden considerar a cúpula desta semana uma grande oportunidade para alcançar acordos regionais sobre imigração, os líderes do México e de outros países que enviam muitos imigrantes para os EUA não compareceram, levantando dúvidas sobre a eficácia de qualquer declaração conjunta.
(Reportagem de Daina Beth Solomon e Trevor Hunnicutt, em Los Angeles, e Ted Hesson, em Washington)