Por Maria Caspani e David Shepardson
NOVA YORK/WASHINGTON, (Reuters) - Autoridades de saúde dos Estados Unidos arregaçaram as mangas nesta quinta-feira para acelerar os exames de coronavírus, tentando determinar quantos norte-americanos já foram atingidos pela pandemia.
A doença respiratória de proliferação rápida tem provocado fechamento de escolas e negócios e sujeitando milhões a trabalharem em casa ou ao desemprego, o que abala a economia e limita viagens.
O Estado de Nova York examinou mais de 7.500 pacientes de madrugada e ordenou que três quartos dos servidores públicos trabalhem em casa, e o governador da vizinha Nova Jersey alertou que acredita que o número de doentes no Estado chegará aos milhares.
Mais de 10 mil pessoas de todo o país foram diagnosticadas com a doença batizada de Covid-19 e mais de 160 morreram. Os Estados de Washington e Nova York concentraram os maiores números até o momento.
O Senado dos EUA planeja divulgar detalhes de um projeto de lei de mais de 1 trilhão de dólares para o combate ao coronavírus, concebido para ajudar a economia a suportar os efeitos colaterais da epidemia crescente. O presidente Donald Trump vem pedindo o pacote com insistência.
Seria o terceiro projeto de lei de emergência do Congresso para enfrentar o coronavírus na esteira de um plano de mais de 105 bilhões de dólares que cobre os exames gratuitos de coronavírus, licenças-saúde remunerada e gastos adicionais com a rede de segurança e uma medida de 8,3 bilhões para combater a disseminação do patógeno e desenvolver vacinas contra ele. Trump sancionou ambos.
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados para a Covid-19, mas várias opções estão sendo testadas.
O mercado de ações em queda e o número crescente de mortes levaram Trump a mudar radicalmente de tom no tocante à doença nesta semana, quando exigiu ações urgentes para repelir um mergulho na recessão depois de passar semanas minimizando os riscos.
O governador de Maryland, Larry Hogan, republicano que preside a Associação Nacional de Governadores, disse que ele e seus colegas conversariam por telefone com Trump e o vice-presidente, Mike Pence, nesta quinta-feira para exigir ações.
Como os EUA demoram para mobilizar exames em massa para detectar o vírus, que já infectou mais de 229 mil pessoas em todo o mundo, autoridades temem que a quantidade de casos conhecidos da doença respiratória esteja muito distante da realidade.
(Reportagem adicional de Lawrence Hurley em Washington e Laila Kearney em Nova York)