Por Ben Blanchard e Benjamin Kang Lim
PEQUIM (Reuters) - Dois ex-altos funcionários chineses investigados por corrupção podem não ir a julgamento, disseram fontes com ligações com a liderança chinesa, o que possivelmente vai poupar o Partido Comunista do embaraço de ter mais segredos expostos em público.
Desde que assumiu o poder no final de 2012, o presidente Xi Jinping, que também é líder do partido e chefe militar da China, tem dado continuidade a uma campanha implacável contra a corrupção profundamente enraizada no país, prometendo ir atrás dos poderosos "tigres", bem como das pequenas "moscas".
O maior "tigre" capturado até agora é o ex-chefe de segurança nacional Zhou Yongkang, 72 anos, condenado à prisão perpétua por corrupção, vazamento de segredos de Estado e abuso de poder, na sequência de um julgamento a portas fechadas no mês passado, segundo informou o governo na quinta-feira.
Ainda são aguardados os veredictos de pelo menos dois outros altos funcionários ligados a Zhou -- iang Jiemin, ex-chefe do principal grupo de energia da China, o CNPC, e Li Chuncheng, que era chefe-adjunto do partido na província de Sichuan Zhou, no sudoeste, onde mantinha a sua base de poder.
Mas dois casos bastante sérios podem não ir a julgamento. Duas fontes com ligações com as autoridades disseram, separadamente, que Ling Jihua, 59 anos, que foi um dos principais assessores do antecessor imediado de Xi, Hu Jintao, aparentemente sofreu um colapso nervoso, enquanto Guo Boxiong, um ex-general, está muito doente, com câncer.
Ambos os casos representam dilemas para Pequim. A posição de Ling é particularmente sensível por causa de sua estreita ligação com o ex-presidente Hu, enquanto as fontes disseram que havia preocupações na liderança, obcecada pelo sigilo, de que se Guo morrer enquanto estiver sob investigação isso poderia dar origem a rumores de que ele foi assassinado.
(Reportagem adicional de Sui-Lee Wee)