Por Jack Kim e Ju-min Park
SEUL (Reuters) - O ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon, antes considerado o favorito a se tornar o próximo presidente da Coreia do Sul, descartou concorrer ao cargo nesta quarta-feira, dizendo estar "decepcionado com as maneiras egoístas" de alguns políticos e se queixando de "notícias falsas".
Depois de se reunir com líderes partidários conservadores, Ban disse a repórteres no Parlamento que foi submetido a uma "difamação maligna semelhante à destruição de uma reputação" na mídia, e que desistiu de seu plano "patriótico" de liderar uma mudança política.
"Com todo tipo de notícias falsas, minha intenção de uma mudança política não foi notada e tudo que restou foram cicatrizes graves para minha família e para mim, e para a honra da ONU, onde passei os últimos 10 anos", disse.
A Coreia do Sul está mergulhada em uma crise política há meses devido a um escândalo de corrupção que levou à aprovação do impeachment da presidente Park Geun-hye pelo Parlamento. Se o impedimento for confirmado pela Corte Constitucional, uma eleição será realizada dois meses mais tarde. Espera-se um veredicto até o final deste mês.
Ban, de 72 anos, voltou à sua terra natal no dia 12 de janeiro. Ele não conseguiu capitalizar sua volta amplamente aguardada, mostrando-se irritadiço em público em algumas ocasiões e prejudicado por uma série de supostas gafes de relações públicas e um escândalo envolvendo familiares.
A mídia se ateve em uma série de tropeços, por exemplo quando ele pegou um trem expresso no aeroporto, em vez de uma limusine, na volta ao país, mas sem saber como comprar um bilhete.
Mesmo sem chegar a anunciar a intenção de concorrer, seu índice de apoio nas pesquisas de opinião caiu para o segundo lugar depois de chegar a quase 30 por cento no ano passado.