Por Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - O ex-diretor do FBI James Comey irá prestar depoimento a uma comissão do Senado dos Estados Unidos na próxima quinta-feira como parte do inquérito que investiga suspeita de interferência russa na eleição presidencial dos EUA no ano passado e possível ligação com a campanha de Donald Trump.
O Comitê de Inteligência do Senado informou nesta quinta-feira que irá ouvir Comey, que foi demitido por Trump em 9 de maio, primeiro em uma sessão aberta e depois a portas fechadas, o que permitirá aos senadores discutirem informações secretas.
O ex-chefe do FBI deve testemunhar sobre conversas que teve com Trump nas quais o presidente supostamente o pressionou a abandonar uma investigação sobre o ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn, um dos vários aliados de Trump que têm sido ligados a uma série de investigações sobre a Rússia e a eleição presidencial do ano passado.
A Rússia tem negado repetidamente que teve qualquer interferência na eleição dos EUA, e o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que alguns russos podem ter agido por conta própria, sem o envolvimento do governo.
Trump também rejeita qualquer ligação entre sua campanha e a Rússia, e tem questionado informações de inteligência dos EUA que apontam que Putin liderou uma operação que incluiu ataques cibernéticos, divulgação de notícias falsas e propaganda com a intenção de interferir na eleição a favor de Trump contra a adversária democrata Hillary Clinton.
Comey liderava a investigação do FBI sobre as alegações, e sua demissão provocou uma crise política. Diante de uma pressão crescente, o Departamento de Justiça nomeou neste mês outro ex-chefe do FBI, Robert Mueller, como assessor especial para investigar as acusações.
Várias comissões parlamentares, além do comitê de inteligência do Senado, também estão analisando a questão.
(Reportagem de David Alexander)