Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert divulgou um vídeo nesta segunda-feira no qual insiste em sua inocência, às vésperas de chegar a uma prisão em uma carreata para começar a cumprir uma pena de 19 meses de detenção por corrupção.
Olmert é o primeiro ex-chefe de governo de Israel a ser preso. Durante seu mandato, entre 2006 e 2009, ele foi reconhecido internacionalmente por ter trabalhado por um acordo de paz com os palestinos, até que escândalos de corrupção o obrigaram a deixar o cargo.
"Como primeiro-ministro, fui encarregado da mais alta responsabilidade, a de salvaguardar os cidadãos de Israel. Hoje sou eu que sou trancado em uma cela", disse ele em um vídeo divulgado à imprensa antes de entrar na prisão de
Maasiyahu, no centro de Israel, em um comboio escoltado por seguranças, um direito de ex-líderes do país.
"Neste momento, é importante para mim dizer mais uma vez, como disse dentro e fora do tribunal, que nego completamente as acusações de suborno de que fui acusado", afirmou o ex-premiê na gravação.
Olmert foi posto em uma pequena ala da prisão, onde ele e outros co-réus do escândalo imobiliário ficarão segregados dos outros prisioneiros por motivos de segurança.
Ele usará uniforme de detento, terá dois colegas de cela e passará seu primeiro dia preso ocupado em sessões de avaliação com um assistente social e um criminologista para se determinar se ele é um suicida em potencial, disseram as autoridades.
Em 2014, Olmert foi considerado culpado de duas acusações de suborno: aceitar 500 mil shekels (129 mil dólares) de empreiteiros de um projeto imobiliário de Jerusalém visto por muitos como uma das obras mais feias da cidade, e 60 mil shekels (15 mil dólares) por um caso separado de negociação de um terreno.
Olmert foi sentenciado a seis anos de prisão, mas em dezembro a pena foi reduzida para 18 meses depois que a Suprema Corte anulou a condenação de suborno. Em janeiro, uma instância inferior acrescentou um mês à pena por obstrução da Justiça.