MONTEVIDÉU (Reuters) - Um dos seis ex-presos de Guantánamo refugiados em Montevidéu se casou nesta sexta-feira com uma uruguaia numa cerimônia islâmica simples, seis meses depois de ter chegado ao país mediante acordo humanitário de libertação após passar 13 anos preso na base naval norte-americana em Cuba.
O tunisiano Abdul Bin Mohammed Abis Ourgy, de 50 anos, colocou a aliança em Roma Blanco, que adotou o nome Samira ao se converter ao Islã, uma dona de casa de 24 anos e mãe de Mohammed, de 5 anos, diante de poucas testemunhas e o imã que oficializou a tradicional cerimônia em sua casa.
"Ele é sincero, cavalheiro, sensível, me importo como ele trata meu filho", disse à Reuters a noiva após o casamento, enquanto mostrava suas tatuagens de henna nas mãos e vestido bordô com bordados dourados trazido de Marrocos.
Ourgy se mostrou alegre e tranquilo, mas não quis fazer comentário e continuou tirando fotos com os convidados. O casal ainda não se casou oficialmente perante o Estado uruguaio.
Os noivos se conheceram há quatro meses no Centro Islâmico em Montevidéu e começaram a namorar, até que Ourgy pediu a mão de Samira à sua mãe, convertida ao Islã há cerca de 10 anos.
Ele chegou em dezembro ao país sul-americano junto a quatro sírios e um palestino, depois que o ex-presidente José Mujica, um ex-guerrilheiro de 80 anos, aceitou a petição do presidente norte-americano, Barack Obama, que pretende esvaziar e fechar a prisão de Guantánamo.
(Reportagem de Malena Castaldi)