Por Mark Hosenball
LONDRES (Reuters) - As investigações criminais dos Estados Unidos e da Suíça sobre a corrupção no futebol mundial dificilmente impedirão a Rússia de manter o direito de sediar a Copa do Mundo de 2018, de acordo com fontes norte-americanas e europeias familiarizadas com os inquéritos.
Os promotores de Nova York e de Zurique estão examinando se houve irregularidades nas concessões do Mundial russo e no de 2022 para o Catar. O comitê executivo da Fifa tomou as duas decisões em 2010.
A análise destas decisões é parte de uma investigação mais abrangente sobre a Fifa e suas afiliadas, o que levou ao indiciamento de nove dirigentes em maio, incluindo várias pessoas que atuaram no comitê executivo da Fifa, e cinco executivos de marketing esportivo. Todos eles receberam várias acusações relacionadas à corrupção, como lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.
Mas as autoridades da Suíça não acreditam que seu inquérito em curso sobre a Fifa irá revelar quaisquer indícios de má conduta que forçariam o organismo sediado em Zurique a reconsiderar a realização da competição de 2018 na Rússia, afirmaram as fontes.
Um dos motivos é que faltam menos de três anos para o torneio, o que tornaria uma mudança para outro país um pesadelo logístico em potencial.
A investigação russa tem sido especialmente difícil, porque os computadores usados pelo comitê que avaliou as propostas parecem ter sido destruídos, o que significa que muitos documentos não foram disponibilizados aos investigadores.
Em uma declaração em resposta a perguntas enviadas pela Reuters, o escritório de imprensa do comitê organizador local da Copa da Rússia declarou que os computadores e outros equipamentos foram arrendados pela equipe de campanha, e que ao final do processo foram devolvidos a seus donos.
"Os computadores se tornaram obsoletos e foram descartados por seu proprietário", informou.
O comitê também disse que a campanha russa foi bem sucedida por causa "da excelência do conceito" apresentado. A equipe de campanha, declarou, insistiu o tempo todo na transparência e nas melhores práticas internacionais de governança, e sempre operou "em total obediência ao espírito e à letra do Código de Ética da Fifa".
O comitê ainda afirmou que irá cooperar com toda e qualquer autoridade relevante.