Por Moira Warburton e Jason Lange
WASHINGTON (Reuters) - Dois em cada cinco eleitores norte-americanos dizem que estão preocupados com ameaças de violência ou intimidação de eleitores nas urnas durante as eleições de meio de mandato do país, de acordo com uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.
Até agora, nenhuma violência foi relatada em centros de votação antecipada ou locais de entrega de cédulas antes das eleições de 8 de novembro, quando os republicanos são os favoritos para ganhar o controle da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos e possivelmente do Senado.
Mas autoridades do Arizona já pediram ao governo federal que investigue um caso de possível intimidação de eleitores, depois que indivíduos foram filmados e perseguidos. Uma queixa oficial relatou que os autonomeados monitores chamaram os eleitores de "mulas", uma referência a uma teoria da conspiração popularizada por apoiadores da falsa alegação do ex-presidente Donald Trump de que sua derrota em 2020 foi resultado de uma fraude generalizada.
A pesquisa Reuters/Ipsos, concluída na segunda-feira, também mostrou que dois terços dos eleitores registrados temem que extremistas realizem atos de violência após a eleição se estiverem descontentes com o resultado.
As conclusões ilustram o que alguns observadores disseram ser uma evidência crescente de falta de confiança nas instituições democráticas do país, após décadas de aprofundamento do partidarismo.
Entre os eleitores registrados pesquisados pela Reuters/Ipsos 43% estão preocupados com ameaças de violência ou intimidação de eleitores ao votarem pessoalmente. O medo foi mais pronunciado entre os eleitores democratas, 51% dos quais disseram estar preocupados com a violência, embora uma parcela ainda significativa dos republicanos, 38%, tenha as mesmas preocupações.
Cerca de 20% dos eleitores, incluindo um em cada 10 democratas e um em cada quatro republicanos, disseram não estar confiantes de que suas cédulas serão contadas com precisão.
Enquanto defensores dos direitos dos eleitores acusam grupos de extrema-direita que acreditam nessas alegações de enviar observadores para intimidar eleitores minoritários alinhados ao Partido Democrata, a mídia conservadora dos EUA destaca a violência da esquerda, frequentemente vinculando os democratas a distúrbios provocados pelo assassinato de George Floyd, um homem negro, por um policial branco, em Mineápolis em 2020.
Cerca de dois terços dos republicanos e um terço dos democratas acham que a fraude eleitoral é um problema generalizado, segundo a pesquisa Reuters/Ipsos. Dois terços dos republicanos acham que a eleição presidencial de 2020 foi roubada de Trump.
A pesquisa online Reuters/Ipsos reuniu respostas de 4.413 adultos norte-americanos em todo o país e teve um intervalo de credibilidade, uma medida de precisão, entre 2 e 5 pontos percentuais.
(Reportagem de Jason Lange e Moira Warburton)