Por Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) está propondo pagar quase seis milhões de dólares por proteção no Afeganistão a funcionários do Ministério do Interior do Taliban, cujo chefe é alvo de sanções da ONU e dos Estados Unidos, de acordo com um documento da ONU e uma fonte a par do assunto.
Os fundos propostos seriam pagos no ano que vem, principalmente para subsidiar os salários de combatentes do Taliban que fazem a segurança de instalações da ONU e para lhes proporcionar um auxílio-alimentação mensal alinhado à ampliação de um acordo com o antigo governo afegão apoiado pelos EUA, mostra o documento analisado pela Reuters.
O plano sublinha a insegurança persistente no Afeganistão desde a tomada de poder pelos islâmicos do Taliban em agosto, quando os últimos soldados norte-americanos partiram, além de uma carência aguda de fundos que prejudica o novo governo devido à interrupção da ajuda financeira internacional.
"As Nações Unidas têm o dever, como empregadoras, de reforçar e, onde necessário, suplementar a capacidade de Estados anfitriões em circunstâncias nas quais pessoal da ONU trabalha em áreas de insegurança", escreveu o vice-porta-voz da ONU, Farhan Haq, em um email em resposta a perguntas da Reuters sobre os pagamentos propostos. Ele não refutou o conteúdo do documento.
Vários especialistas disseram que não se sabe se tais pagamentos violariam sanções da ONU e dos EUA ao Taliban e seus líderes, nem se a ONU conseguiria detectar desvios de fundos para outros fins.