Por Jonathan Landay e Arshad Mohammed e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cogitando adotar uma estratégia que poderia permitir reações mais agressivas dos EUA contra as forças do Irã, seus representantes xiitas no Iraque e na Síria e seu apoio a grupos militantes, de acordo com seis autoridades antigas e atuais do governo norte-americano.
A proposta foi preparada pelo secretário da Defesa, Jim Mattis, pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, pelo conselheiro de Segurança Nacional, H.R. McMaster, e por outros funcionários de primeiro escalação e apresentada a Trump em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional na sexta-feira, disseram as fontes.
O texto pode ser aprovado e tornado público antes do final de setembro, segundo duas das fontes. Todas as fontes estão a par do esboço e pediram anonimato porque Trump ainda não tomou uma decisão.
Trump deve delinear os objetivos estratégicos amplos e metas para a política externa norte-americana, mas deixar que os comandantes militares, diplomatas e outras autoridades dos EUA implementem o plano, disse um funcionário de alto escalão do governo.
"Seja lá o que for que acabemos recebendo, queremos implementá-lo com aliados tanto quanto possível", afirmou uma das autoridades.
A Casa Branca não quis comentar.
O plano pretende aumentar a pressão para que Teerã contenha seu programa de mísseis balísticos e seu apoio a militantes, disseram as fontes.
"Eu a chamaria de uma estratégia ampla para os tipos de atividades iranianas malignas: materiais financeiros, apoio ao terror, desestabilização da região, especialmente Síria, Iraque e Iêmen", disse outro funcionário de alto escalão.
A proposta também mira a espionagem cibernética e outras atividades, e possivelmente a proliferação nuclear, de acordo com o funcionário.
O governo ainda está debatendo uma nova postura em relação ao acordo de 2015, fechado pelo antecessor Barack Obama, para conter o programa de armas nucleares do Irã. O esboço pede que se cogite sanções econômicas mais duras caso o regime viole o pacto firmado dois anos atrás.
A proposta inclui interceptações norte-americanas mais agressivas de carregamentos de armas iranianos, como aqueles enviados a rebeldes houthi no Iêmen e a grupos palestinos em Gaza e na península egípcia do Sinai, afirmaram um funcionário atual e um ex-funcionário bem informado.
(Reportagem adicional de Phil Stewart e John Walcott)