Por Libby George
LAGOS (Reuters) - O Exército da Nigéria usou munição letal contra manifestantes pacíficos em um pedágio de Lagos em outubro de 2020, de acordo com um relatório vazado do incidente visto pela Reuters e verificado por três fontes próximas do conselho que o elaborou.
O relatório descreveu o incidente como um "massacre", disse que a maioria dos soldados do Exército enviados ao pedágio de Lekki "não estavam aptos e preparados para servir" e recomendou processar certos policiais por suas ações.
"No pedágio de Lekki, soldados do Exército nigeriano balearam, feriram e mataram manifestantes desarmados, impotentes e indefesos, sem provocação ou justificativa, enquanto estes estavam acenando com a bandeira nigeriana e cantando o hino nacional, e a maneira do ataque e da matança poderia ser descrita no contexto como um massacre", disse o relatório.
Porta-vozes dos militares, da polícia e do governo de Lagos não responderam de imediato a pedidos de comentário. Tanto os militares quanto a polícia já haviam negado ter usado munição letal.
O incidente encerrou semanas de protestos de âmbito nacional contra a brutalidade policial e desencadeou os piores tumultos civis na Nigéria desde a volta do controle civil em 1999.
Na sequência, grupos de direitos humanos acusaram forças de segurança de acobertamento e descreveram um padrão de intimidação dos participantes dos protestos, inclusive ameaças, detenções e congelamento de bens.
(Reportagem adicional de Fikayo Owoeye em Lagos e Camillus Eboh em Abuja)