Por Idrees Ali e Saad Sayeed
ISLAMABAD (Reuters) - Autoridades eleitorais do Paquistão concederam amplos poderes judiciais ao poderoso Exército do país durante a eleição geral da próxima semana, em uma medida incomum que tem causado preocupações entre partidos políticos e grupos de direitos humanos.
A eleição do dia 25 de julho está sendo vista como uma disputa dupla entre o partido liderado pelo ex-astro de cricket Imran Khan e a legenda do agora preso ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, que tem acusado o Exército de trabalhar nos bastidores para favorecer Khan, o que ele nega.
Cerca de 371 mil soldados serão mobilizados por todo o Paquistão para proteger a eleição, número aproximadamente três vezes maior do que o empregado na última votação em 2013.
Em comunicado neste mês, a Comissão Eleitoral deu aos soldados a autoridade de um "magistrado", para realizar julgamentos imediatos de qualquer um que viole leis eleitorais e sentenciá-los no local.
Em um dos casos, pessoas podem ser condenadas a até seis meses de prisão se consideradas culpadas de "prática corrupta".
As Forças Armadas já tomaram o poder diversas vezes desde a independência do Paquistão em 1947 e governaram por quase metade da história do país.