CAIRO/DUBAI (Reuters) - O Exército do Sudão disse nesta quinta-feira que dará uma "dura resposta" ao ataque ocorrido um dia antes em um vilarejo realizado pelo grupo paramilitar sudanês Forças de Suporte Rápidas (RSF, na sigla em inglês), que ativistas pró-democracia dizem ter matado mais de cem pessoas. O ataque foi o maior de uma série de dezenas executados pelos soldados das RSF a pequenos vilarejos após o grupo tomar o controle da capital, Wad Madani, em dezembro. A maior autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) no Sudão pediu nesta quinta-feira uma investigação sobre o ataque ao vilarejo de Wad al-Noura, no Estado de Gezira, no centro do país. "Até para os padrões trágicos do conflito sudanês, as imagens que chegam de Wad Al-Noura são de partir o coração", afirmou a coordenadora humanitária da ONU, Clementine Nkweta-Salami, em comunicado.
Ela citou fotos compartilhadas nas mídias sociais pelo Comitê de Resistência de Wad Madani, que vem acompanhando esses ataques, mostrando o que descreveu como dezenas de vítimas embaladas para o enterro.
Um apagão nas telecomunicações impediu a Reuters de entrar em contato com médicos ou moradores para verificar os detalhes. As RSF passaram a lutar contra o Exército em abril de 2023, após disputas sobre a integração das duas forças, e desde então tomaram a capital Cartum e a maior parte do oeste do país.
Agora, o grupo busca avançar sobre o centro do território, e agências da ONU afirmam que o povo do Sudão está correndo "risco iminente de desnutrição". (Reportagem de Nafisa Eltahir e Khalid Abdelaziz)