(Reuters) - O exército do Sudão afirmou neste domingo que um comandante de seu inimigo, as Forças de Apoio Rápido (RSF), desertou com algumas de suas tropas, no que seria a primeira ação desse tipo por uma figura sênior desde que os lados começaram a lutar há mais de 18 meses.
Não houve comentários imediatos da RSF, que assumiu o controle de grandes partes do país em um conflito com os militares, que a ONU diz ter causado uma das piores crises humanitárias do mundo.
Apoiadores do exército postaram fotos online supostamente mostrando Abuagla Keikal - um ex-oficial do exército que se tornou o principal comandante da RSF no estado de El Gezira, no sudeste - depois de desertar.
O exército, que recentemente relatou ganhos contra a RSF em partes da capital, disse que Keikal decidiu fazer a ação por causa da "agenda destrutiva" de sua antiga força.
Não entrou em maiores detalhes e não houve nenhuma declaração, impressa ou em vídeo, de Keikal.
O conflito deslocou mais de 10 milhões de pessoas, levou partes do país à fome extrema ou inanição e atraiu potências estrangeiras que forneceram suporte material a ambos os lados.
Começou em abril de 2023, quando as tensões entre a RSF e o exército, que estavam disputando posição antes de uma transição apoiada internacionalmente para o governo civil, explodiram em conflito aberto.
O exército e a RSF já haviam compartilhado o poder após encenar um golpe em 2021, dois anos após o veterano autocrata Omar al-Bashir ter sido derrubado em uma revolta popular.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz)