Berlim, 26 jul (EFE).- A reunificação alemã, que neste ano completa seu 25° aniversário, é uma história de êxito, apesar de que em inumeráveis aspectos, desde o desenvolvimento demográfico até a economia e a agricultura, os números mostram a persistência da antiga fronteira que separou o leste e o oeste do país.
"Até que as partes antes separadas realmente cresçam juntas, será necessário pelo menos outra geração", conclui o relatório "Assim vai a unidade", elaborado pelo Instituto Berlim para a População e o Desenvolvimento.
Um exemplo disso é que desde a temporada 2008-2009 não há nenhum clube de futebol da antiga Alemanha comunista que jogue na Bundesliga (Campeonato Alemão).
O instituto em questão analisou 25 áreas e comprovou que em poucas desapareceram as diferenças entre a ex-República Democrática da Alemanha (RDA) e a ocidental República Federal da Alemanha (Alemanha).
Entre 1991 e 2013, os cinco estados do leste perderam dois de seus 14,5 milhões habitantes, enquanto crescia a população no oeste da Alemanha em 2,5 milhões.
A principal consequência foi o envelhecimento da população no leste, já que os que migraram eram majoritariamente jovens, um fenômeno acompanhado nos primeiros anos de uma radical queda da taxa de fertilidade, que já foi recuperada.
É a área econômica a que mais claramente mostra a lacuna do país: um trabalhador cobra em média no leste três quartos do salário do oeste, a produtividade é menor na antiga Alemanha comunista e o desemprego, que disparou nesse território após a reunificação até dobrar as taxas ocidentais, continua sendo superior (8,8% frente a 5,6%).
A maioria das grandes indústria nacionais radica no oeste do país, onde o patrimônio médio das famílias segue duplicando com relação ao do leste.
As taxas de abandono escolar são maiores nos estados orientais, embora os estudos revelem que é nesse território onde os alunos têm as notas mais altas.
A imigração também divide a Alemanha; enquanto em vários estados do oeste a taxa de habitantes com raízes estrangeiras é de 25%, a porcentagem se situa entre 4% e 5% no leste, onde as enquetes revelam uma maior xenofobia.
"Os resultados surpreenderam a nós mesmos, tanto no desenvolvimento demográfico, como na economia, na riqueza, na taxa de atividade e no tamanho das explorações agrárias, em tudo se desenha quase exatamente a antiga fronteira", disse o diretor do Instituto Berlim, Reiner Klingholz, embora especifique no prólogo do estudo que não é sempre o leste que sai perdendo.
No mais tardar em 2040, quando o país celebrará unido suas bodas de ouro e a maioria dos residentes tenha nascido após a reunificação, haverá uma nova Alemanha, destaca o pesquisador.