Por Abdul Qadir Sediqi e Sayed Hassib
CABUL (Reuters) - Um atentado suicida em uma região de maioria xiita de Cabul matou pelo menos 48 pessoas nesta quarta-feira, no mais recente ataque de uma onda de violência que deixou centenas de civis, soldados e policiais mortos nos últimos dias.
A explosão, que teve como alvo um centro educacional no oeste da capital afegã, matou dezenas de adolescentes que estudavam no local para o vestibular, encerrando um período de relativa calma em Cabul. A bomba também feriu pelo menos 67 pessoas.
"A maioria dos meninos do centro educacional morreu", disse Sayed Ali, que testemunhou a explosão. "Foi horrível e muitos dos estudantes foram despedaçados."
Médicos de hospitais da cidade onde pessoas se reuniram para tentar encontrar parentes que estavam estudando no centro disseram que muitas das vítimas ficaram gravemente queimadas.
"Meu irmão estava estudando no centro e foi morto. Estou aqui para pegar o corpo dele", disse Abdul Khaliq, esperando do lado de fora do hospital de Isteqlal.
Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pela explosão em Cabul, mas o ataque tem a marca do Estado Islâmico, que já realizou muitos ataques anteriores contra alvos xiitas. O Taliban emitiu uma declaração negando envolvimento.
A explosão na capital afegã, que ocorreu enquanto a cidade central de Ghazni se esforça para se recuperar de cinco dias de intensos combates entre o Taliban e as forças do governo, destacou o grau de degeneração da segurança no Afeganistão cerca de dois meses antes das eleições parlamentares de outubro.
Mais cedo nesta quarta-feira, autoridades locais disseram que pelo menos 9 policiais e 35 soldados foram mortos em um ataque em sua base na província de Baghlan, o mais recente de uma série que matou dezenas de membros das forças de segurança em todo o país. [nL1N1V607A]
(Reportagem adicional de Jibran Ahmad em Peshawar)