Por Denis Pinchuk
SÃO PETERSBURGO, Rússia (Reuters) - Onze pessoas morreram e cerca de 45 ficaram feridas em uma explosão que destruiu um vagão do metrô de São Petersburgo nesta segunda-feira, no que as autoridades chamaram de provável ataque terrorista.
O presidente russo, Vladimir Putin, que estava na cidade quando a explosão aconteceu, visitou o local da explosão na noite de segunda-feira e colocou flores vermelhas em um santuário improvisado para as vítimas.
A agência Interfax informou, citando um agente de segurança, que um homem-bomba foi o responsável pela explosão no metrô. A fonte também disse à Interfax que as autoridades tinham identificado o suposto homem-bomba e que o suspeito tinha 23 anos e era da Ásia central, tendo carregado o artefato explosivo na estação de metrô em uma mochila.
Logo após a explosão que aconteceu às 14h40 (horário local), ambulâncias e caminhões de bombeiros se encaminharam à estação de metrô de concreto e vidro de Sennaya Ploschad, e um helicóptero pousou para levar um passageiro ferido.
"Eu vi muita fumaça, uma multidão indo para as escadas rolantes, pessoas com sangue", disse, à Reuters por telefone, o morador de São Petersburgo Leonid Chaika, que afirmou que estava na estação onde a explosão aconteceu. "Muitos estavam chorando."
A Rússia tem sido alvo de vários ataques com bombas, visando frequentemente os transportes públicos. A maioria foi assumida por rebeldes islâmicos da região do Cáucaso. A rebelião lá foi esmagada em grande parte, mas especialistas em segurança dizem que a intervenção militar russa na Síria fez da Rússia um alvo potencial para ataques do Estado Islâmico.
Não houve reivindicação imediata de responsabilidade.
A Força Aérea e forças especiais russas estão apoiando a reação do presidente sírio, Bashar al-Assad, contra grupos rebeldes e combatentes do Estado Islâmico que atualmente estão sendo expulsos de seus bastiões na Síria.
O Comitê Nacional Antiterrorista disse que um dispositivo explosivo havia sido encontrado em outra estação, escondido em um extintor de incêndio, mas havia sido desativado.
A explosão aumentou os temores sobre segurança para além das fronteiras russas. A França, que sofreu uma série de ataques, anunciou medidas de segurança adicionais em Paris.
O Comitê Nacional Antiterrorista disse que um dispositivo explosivo havia sido encontrado em outra estação, escondido em um extintor de incêndio, mas havia sido desativado.
Vídeo do local do acidente mostrou pessoas feridas deitadas sangrando em uma plataforma, algumas sendo tratadas por serviços de emergência e até passageiros. Outras fugiram da plataforma em meio a nuvens de fumaça.
A explosão subterrânea abriu um enorme buraco na lateral de um vagão, e estilhaços de metal se espalharam pela plataforma. Passageiros foram vistos esmurrando as janelas de um vagão fechado.
ESTAÇÕES FECHADAS
Autoridades disseram que o número de mortos na explosão foi 9, mas o Ministério da Saúde mais tarde revisou para 10 mortos. Alguns ficaram gravemente feridos.
Putin, que estava em São Petersburgo para uma reunião com o líder bielorusso, Alexander Lukashenko, disse que a causa das explosões ainda não estava clara e que está considerando todas as possibilidades, incluindo terrorismo.
As autoridades fecharam todas as estações de metrô de São Petersburgo. O metrô de Moscou disse estar adotando medidas de segurança não reveladas para o caso de um ataque.
A Rússia está especialmente atenta a rebeldes chechenos voltando da Síria e a quaisquer tentativas de retomar os ataques que assombraram o país vários anos atrás.
Pelo menos 38 pessoas foram mortas em 2010 quando duas suicidas detonaram bombas em trens de metrô lotados em Moscou.
Mais de 330 pessoas, metade delas crianças, foram mortas em 2004 quando a polícia invadiu uma escola do sul do país onde militantes islâmicos fizeram reféns. Em 2002, 120 reféns morreram quando a polícia invadiu um teatro de Moscou para encerrar outro sequestro.
À época primeiro-ministro, Putin lançou uma campanha em 1999 para acabar com um governo separatista na Chechênia, região muçulmana do sul, e como presidente manteve a linha dura na supressão da rebelião.