LONDRES (Reuters) - O político de oposição russo Yevgeny Roizman foi mostrado sendo detido em sua casa em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira, na mais recente medida das autoridades para punir os críticos da guerra na Ucrânia.
O vídeo da prisão mostrou Roizman, ex-prefeito da cidade de Ecaterimburgo, nos Urais, sendo levado por homens mascarados em uniformes de camuflagem.
Roizman foi visto no vídeo dizendo a repórteres que estava sendo investigado sob uma lei contra o descrédito das Forças Armadas. Ele disse que estava sendo preso "basicamente por uma frase, 'a invasão da Ucrânia'".
Questionado sobre onde havia dito isso, ele respondeu: "Eu já disse isso em todos os lugares e vou dizer agora".
Em um segundo vídeo publicado pela agência de notícias estatal RIA, Roizman afirmou ao ser levado: "Em princípio, a essência é que chamei a guerra de guerra. É isso. Infelizmente, não tenho defesa".
De acordo com a agência de notícias estatal Tass, os serviços de segurança de Ecaterimburgo confirmaram o motivo da prisão, dizendo que Roizman estava sendo investigado por "desacreditar o Exército russo".
O crime, introduzido recentemente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, acarreta uma pena de prisão de até cinco anos.
O advogado de direitos humanos Pavel Chikov escreveu no Telegram que os tribunais russos até agora lidaram com cerca de 3.500 casos de suposto descrédito das Forças Armadas, e quase todos os envolvidos foram considerados culpados.
(Reportagem da Reuters)
((Tradução Redação São Paulo))
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