KUALA LUMPUR (Reuters) - As famílias de 12 passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines entraram com processos contra a companhia aérea nesta sexta-feira para não perderem um prazo de dois anos para ações legais.
O voo MH370 desapareceu no dia 8 de março de 2014 quando ia de Kuala Lumpur a Pequim com 239 passageiros e tripulantes a bordo.
Várias ações foram apresentadas em tribunais dos Estados Unidos, da Austrália, da China e da Malásia nas últimas semanas, e outras são esperadas até a próxima terça-feira, quando vence o prazo para as medidas legais.
Familiares de dois passageiros ucranianos entraram com processos no Supremo Tribunal malaio contra a Malaysia Airlines. As famílias de um passageiro russo, um chinês e oito malaios estão processando o governo da Malásia, a empresa aérea, o diretor-geral do Departamento de Aviação Civil e a Força Aérea malaia.
Sangeet Kaur Deo, advogado das famílias russa, chinesa e malaias, disse que elas pedem indenizações não especificadas por negligência, violação de contrato e violação de dever estatutário. Ele ainda afirmou que, embora a aeronave não tenha sido encontrada, os passageiros e tripulantes foram dados como mortos.
"Acho que muitas famílias estavam tentando negociar acordos, mas nada de sensato partiu da Malaysia Airlines. E por essa razão, para garantir seus direitos legais, todas elas decidiram entrar com processos antes de terça-feira", disse Sangeet Kaur a repórteres após a audiência.
Um pedaço de uma asa encontrado em uma praia da ilha Reunião, na costa de Madagascar, no ano passado é o único destroço do MH370 descoberto até hoje, mas oferece poucas pistas sobre o que de fato aconteceu com o avião.
Nesta semana, um destroço encontrado na costa sudeste da África foi enviado à Austrália para ser analisado.
Também nesta sexta-feira, o Supremo Tribunal ouviu um pedido do governo malaio e da Malaysia Airlines Berhad (MAB), a nova designação da Malaysia Airlines (MAS), para que a corte rejeite uma ação de dois adolescentes filhos de dois passageiros.
Em sua ação, o governo e a MAB argumentam que esta última não pode ser responsabilizada pelo voo MH370 por que a nova empresa foi criada oito meses após o desaparecimento da aeronave.
A MAS transferiu todos seus ativos e suas operações à MAB no ano passado como parte de um exercício de reestruturação. As famílias agora temem não receber qualquer compensação da MAS.
(Por Rozanna Latiff)