Por Juan Bustamante e Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - Nas ruas arborizadas do lado de fora da churrascaria Don Julio, em Buenos Aires, no moderno bairro de Palermo, clientes costumam fazer filas para conseguir uma cobiçada mesa no restaurante quando a noite cai.
Mas desde que um rigoroso isolamento nacional foi imposto em 20 de março para conter a propagação do coronavírus, o restaurante está tendo que se adaptar. O Don Julio se transformou em um açougue sofisticado, com planos de lançar comida de rua.
Pablo Rivero, proprietário do Don Julio, disse que o objetivo é manter viva a atmosfera e a sensação das grelhas móveis, ou "parrilla" --um conceito que é parte essencial da cultura argentina.
"Não vamos perder isso, então é uma questão de encontrar uma maneira de superar", disse ele.
Os argentinos foram instruídos a ficar em casa. Restaurantes e cafés foram fechados, enquanto pequenas padarias, mercearias e açougues locais permanecem abertos.
"Certamente a ideia do açougue é dar às pessoas um gostinho do Don Julio", disse Rivero, acrescentando que não irão entregar comida porque é difícil manter a qualidade, apesar de estarem acelerando um plano para vender comida de rua.
"Dessa forma, podemos envolver as pessoas em algo que possa representar uma receita até que a atividade reinicie", afirmou ele, que contou que seus 100 funcionários ainda estavam trabalhando no açougue ou ajudando a remodelar o restaurante durante o isolamento.