Por Rosalba O'Brien
SANTIAGO (Reuters) - Membros da família da presidente do Chile, Michelle Bachelet, receberam acesso privilegiado a um empréstimo bancário, reconheceu o governo nesta semana, uma revelação que ameaça enfraquecer a popularidade do governo e abalar a confiança dos cidadãos chilenos nos políticos.
A nora de Bachelet, Natalia Compagnon, obteve um empréstimo equivalente a cerca de 10 milhões de dólares para a compra de terras em nome de um companhia na qual possui uma participação de 50 por cento, noticiou a revista Que Pasa no fim de semana.
Compagnon contraiu o financiamento durante a campanha eleitoral de 2013, após uma reunião com o vice-presidente do Banco do Chile, Andronico Luksic, um dos homens mais ricos do Chile e membro da família que controla o banco.
O filho de Bachelet e marido de Compagnon, Sebastián Davalos, também esteve presente ao encontro. O terreno em questão está sendo agora vendido com um lucro de 3 bilhões de pesos chilenos (4,79 milhões de dólares).
Embora não haja indicação de que alguma lei tenha sido violada, as alegações tiveram grande repercussão no Chile e Compagnon e Davalos foram acusados pela oposição de ter extraído vantagem de sua posição familiar para obter crédito e fazer dinheiro.
O ministro interino das Finanças chileno, Alejandro Micco, disse em uma entrevista à rádio local ADN que não havia "nada irregular" em relação ao empréstimo, mas acrescentou: "Sem dúvida nem todos têm acesso ao presidente do banco."