BOGOTÁ (Reuters) - Três membros das Farc, antigo grupo guerrilheiro colombiano que se transformou em um partido político, foram capturados, torturados e mortos a tiros por supostos rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) no sudoeste da Colômbia, disseram as Farc nesta quinta-feira.
Três ex-combatentes das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e um de seus parentes foram mortos na quarta-feira na área rural de La Florida, na província de Nariño.
A região de selva e montanha que faz fronteira com o Equador está repleta de grupos armados ilegais como o ELN, que disputa o controle da mineração ilegal e das rotas de tráfico de droga em áreas antes ocupadas pelas Farc.
As Farc, que mantiveram a sigla mas mudaram seu nome para Força Alternativa Revolucionária do Comum, assinaram um acordo de paz em 2016, encerrando sua participação em um conflito que deixou mais de 220 mil mortos ao longo de cinco décadas.
"Tudo indica que os responsáveis pelo crime são membros ativos do Exército de Libertação Nacional que operam naquela região do país", disseram as Farc em um comunicado. "Pedimos com urgência que o ELN esclareça publicamente a informação".
Pelo acordo de paz, mais de 11 mil combatentes entregaram suas armas e formaram um partido político que apresentará 74 candidatos para a eleição legislativa de março, além de seu ex-líder, Rodrigo Londoño, como candidato presidencial em maio.
Conversas de paz semelhantes com o ELN foram suspensas na segunda-feira pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, depois que o grupo insurgente lançou uma série de ataques a bomba contra alvos da polícia, matando sete pessoas e ferindo dezenas.
O ELN, que tem 2 mil integrantes, e o governo vinham realizando conversas de paz há um ano, e os dois lados acertaram seu primeiro cessar-fogo em outubro. Mas os rebeldes realizaram uma nova ofensiva quando a trégua expirou no mês passado, matando membros das Forças Armadas, bombardeando grandes oleodutos e sequestrando um prestador de serviço do setor petrolífero.