BOGOTÁ (Reuters) - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) suspenderam um cessar-fogo unilateral depois que tropas do governo mataram 26 combatentes da guerrilha, anunciou o grupo nesta sexta-feira, em um movimento que provavelmente elevará as tensões em meio às negociações de paz para pôr fim ao conflito de cinco décadas.
As Farc disseram que revogaram o cessar-fogo por conta do ataque, o mais mortal desde que a guerrilha e o governo iniciaram negociações de paz em Cuba no final de 2012.
"Deploramos o ataque executado nas primeiras horas da manhã de quinta-feira pela Força Aérea, pelo Exército e pela polícia", disseram as Farc em comunicado. O cessar-fogo estava em vigor desde o final de dezembro.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que as Forças Armadas do país estão prontas para uma ofensiva renovada. O grupo insurgente acusa Santos de "incoerência" por buscar a paz ao mesmo tempo em que as Forças Armadas mantêm ataques contra acampamentos das Farc.
"A suspensão do cessar-fogo unilateral não estava nos nossos planos... mas a incoerência do governo de Santos conseguiu isso", disseram as Farc em comunicado divulgado em seu site na Internet.
"O diálogo vai continuar", disse o negociador rebelde e membro do secretariado de sete pessoas das Farc, Pablo Catatumbo, à Reuters em Havana. "Há uma atmosfera tensa que tem afetado as negociações nos últimos dias", acrescentou.