Por Tim Kelly
KYOTO, Japão (Reuters) - Fãs de animação se reuniram no cenário do pior assassinato em massa do Japão em 18 anos nesta sexta-feira, depositando flores e oferecendo preces às 33 pessoas mortas devido a um incêndio criminoso em um estúdio de animação.
Na quinta-feira, um homem gritou "morram" e disse ter sido plagiado antes de derramar o que parecia ser gasolina e atear fogo no prédio de três andares do estúdio Kyoto Animation.
Pessoas de luto se reuniram nesta sexta-feira sob a chuva na extremidade de um cordão de isolamento da polícia ao redor do edifício marcado pelas chamas.
"É difícil colocar em palavras o que sinto", disse Yuichi Kumami, fã de animação de 27 anos que tirou uma folga do trabalho em sua empresa na vizinha Osaka para depositar flores no local.
Pilar da cultura popular japonesa, a animação se tornou um grande produto de exportação, conquistando fãs em todo o mundo.
A Kyoto Animation é uma potência sem igual na indústria, e sua influência ultrapassa a lista de trabalhos que produziu.
Ainda na quinta-feira, a polícia deteve um homem de 41 anos que foi visto espalhando o que pareceu ser gasolina no edifício, noticiou a emissora pública NHK.
Kazuko Yoshida, de 78 anos, contou que mora perto do estúdio e que sentiu cheiro de fumaça no dia da tragédia. De sua janela no segundo andar, ela viu fumaça e helicópteros.
"Eu me pergunto por que a empresa foi atacada, por que estas pessoas tiveram que ser envolvidas nisso. Parece que o homem que o fez queria morrer", disse.
Blake Henderson, fã norte-americano de 26 anos da Kyoto Animation, soube do ataque durante uma visita a Kyoto e foi prestar suas homenagens.
"Eu adoro jogos de combate, tudo que tem a ver com o Japão", disse Henderson, do Alabama, que quer trabalhar no país como professor de inglês.
Um universitário de 23 anos prestou suas homenagens antes de ir para as aulas. Ele disse ser um fã de "anime", como as animações japonesas são conhecidas.
"Você ouve sobre mortes com armas no exterior, mas qualquer um pode conseguir gasolina, e isso é bem assustador", disse.
Um idoso que passava de bicicleta disse que o prédio não parecia ter uma saída de incêndio.
"Acho que essa foi uma das maiores razões de tantas pessoas terem morrido", disse.