Por Tatiana Ramil
BRASÍLIA (Reuters) - Mesmo com a derrota de 3 x 0 na disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo, o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, elogiou a atuação da equipe neste sábado contra a Holanda e foi irônico ao comentar a arbitragem.
O primeiro gol da Holanda, aos 3 minutos, aconteceu após um pênalti mal marcado pelo árbitro argelino Djamel Haimoudi, pois a falta de Thiago Silva em Robben aconteceu fora da área.
"Parece-me que o primeiro pênalti no Fred está refletindo até hoje, mas não sei se houve erro de arbitragem. Eu até acho que o Thiago tinha que ser expulso no primeiro minuto, porque aí estava tudo certo dentro do que eu imagino que eles tinham acordado", disse Felipão em entrevista coletiva no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
"Dizem que foi impedimento no segundo gol. Não sei, porque para o Brasil parece que a gente não vê direito", completou.
O pênalti em Fred citado por Felipão aconteceu logo na estreia do Brasil, contra a Croácia, quando o atacante brasileiro caiu na área ao ser tocado no ombro por um zagueiro rival.
A derrota de 3 x 0 para os holandeses aconteceu quatro dias depois da humilhação de 7 x 1 diante da Alemanha na semifinal e deixou o Brasil em quarto lugar no Mundial em casa.
Pela primeira vez, Felipão reconheceu que seu time não teve um bom desempenho na Copa do Mundo como um todo, mas fez questão de ressaltar que o Brasil chegou às semifinais pela primeira vez desde 2002, após ser eliminado nas quartas de final nas últimas duas Copas, em 2006 e 2010.
"Não tivemos grandes atuações, nós tivemos momentos muito bons durante partidas, mas fomos conseguindo os objetivos, e aí os seis minutos aconteceram", afirmou o treinador, referindo-se aos seis minutos em que o time tomou quatro gols dos alemães.
"No final nós não fomos bem, mas não podemos deixar de elogiar nossos jogadores, embora eles tenham perdido também esse jogo. Era para ser um jogo equilibrado, mas tomamos um gol no primeiro minuto e as coisas foram sendo mais benéficas para a Holanda. Mas não jogamos mal. Os jogadores merecem ser valorizados pelo que fizeram", acrescentou.
Para Felipão, seus atletas não deveriam ficar marcados pela pior derrota da história da seleção brasileira, e o técnico acredita que o país está revelando menos jogadores do que no passado.
"Nossa equipe tem alguma dificuldade a mais em relação a jogadores, estamos revelando um pouco menos, temos uma situação que ainda é uma equipe muito nova", disse ele, ao prever dias melhores para o futuro do futebol brasileiro.
"Eles saem com minha alegria. O caminho está aberto para uma seleção bem melhor para 2018."
A entrevista coletiva foi interrompida no final por Neymar, que foi cumprimentar o técnico brasileiro. O atacante de 22 anos, que era a principal esperança do Brasil para a conquista do Mundial em casa, fraturou uma vértebra nas quartas de final e ficou de fora das duas últimas partidas.
Sem revelar seu futuro, que, segundo Felipão, está nas mãos dos dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o técnico fez um balanço positivo de seu comando.
"Em um ano e meio ganhamos a Copa das Confederações e ficamos entre os quatro do Mundial", afirmou.
(Edição de Pedro Fonseca)
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