Por Tatiana Ramil
BELO HORIZONTE (Reuters) - O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, assumiu a responsabilidade pela goleada "catastrófica" de 7 x 1 sofrida pela equipe diante da Alemanha, resultado que tirou do Brasil a chance de conquistar o hexacampeonato mundial em casa.
"O resultado e quem foi o responsável sou eu", disse o técnico em entrevista coletiva após a derrota na semifinal da Copa do Mundo no Mineirão, em Belo Horizonte.
"Quem é o responsável pelas escolhas? Sou eu, então o resultado castastrófico pode ser dividido pelo grupo, os jogadores vão falar isso, mas a escolha, a parte tática, tudo sou eu."
Felipão não quis comentar se permanecerá no cargo após a partida de sábado, em Brasília, quando o Brasil vai disputar o terceiro lugar na Copa contra o derrotado do duelo entre Holanda e Argentina.
A seleção brasileira tomou cinco gols nos primeiros 29 minutos da partida diante dos alemães, sendo quatro deles num espaço de seis minutos, o que foi classificado por Felipão como um "branco", uma "pane" e um momento de "descontrole".
"O que aconteceu hoje é muito diferente do que jogamos. Até o primeiro gol, o jogo era idêntico ou éramos melhores do que a Alemanha. Houve um decontrole, naturalmente que é normal arriscar, e os jogadores deixaram espaços e para quem sabe jogar", disse Felipão.
O Brasil atuou sem seu principal jogador Neymar, que fraturou uma vértebra e está fora do Mundial, e também não teve o zagueiro Thiago Silva, suspenso, mas o treinador disse que os desfalques não são desculpa para a goleada.
"Não vamos arranjar desculpa sobre isso, sobre Neymar, emoção, hino, o que aconteceu foi que a Alemanha em determinado momento conseguiu impor o ritmo e influenciou negativamente minha equipe, com minutos de transtorno", explicou ele.
"Neymar não teria como defender aquelas jogadas trabalhadas, nao tem por que imaginar que com Neymar seria diferente."
Felipão afirmou não ter se arrependido da escalação que optou, com Dante na zaga e Bernard no ataque.
"Me arrepender do quê?..(O time) estava organizado até o primeiro gol. Ficamos um pouco em pânico e deu tudo errado para nós. Não tem por que me arrepender", disse ele, acrescentando que não poderia trocar jogadores durante o período de "pane" do Brasil.
"Trocar um ou dois quando a gente está em pane não vale a pena."
O técnico, que escalou Paulinho e Ramires para o segundo tempo, admitiu que quis despistar ao treinar a equipe com três volantes na véspera do jogo, colocando Paulinho junto com Luiz Gustavo e Fernandinho no meio-campo, para depois escalar Bernard no ataque.
A opação dele, no entanto, se provou ruim, uma vez que os alemães controlaram o meio-campo, enquanto os brasileiros tinham dificuldades para armar jogadas.