ULRICHEN, Suíça (Reuters) - Envolta em escândalos, a Fifa não pode jamais ser dominada por um só continente, disse o presidente Sepp Blatter, que está de saída do cargo, neste sábado.
Sem entrar em detalhes ou citar nomes, Blatter afirmou que no passado uma federação continental tentou exercer domínio sobre as outras, usando reformas sugeridas como forma de retomar a presidência.
"Esse é um ponto chave (que tem acontecido) nos últimos anos... o domínio de uma confederação sobre as outras", disse em entrevista coletiva. "Mas isso não funciona na Fifa."
Blatter não deixou claro se quis dizer que isso jamais deveria acontecer ou que o órgão máximo do futebol mundial não irá sobreviver caso isso ocorra.
O presidente ainda falou: "Esse foi um movimento, um movimento para retomar a presidência".
O comentário pode ser uma referência às propostas esboçadas pela UEFA, órgão máximo regulador do futebol europeu, na metade dos anos 1990 por uma reforma radical na Fifa, que na época era comandada pelo brasileiro João Havelange, no cargo desde 1974.
Em meio a críticas de Havelange, a UEFA produziu documentos conhecidos como Visão 1 e Visão 2 com propostas que visavam trazer rotatividade à presidência da Fifa.
Os comentários de Blatter vêm justo em um momento de racha entre Fifa e UEFA.
Praticamente todas as federações nacionais europeias votaram contra o suíço quando ele foi reeleito para um quinto mandato no Congresso da Fifa no dia 29 de maio.
Blatter acabou vencendo a eleição sobre o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein contando com o apoio de África, Ásia e Oceania.
(Por Brian Homewood)