Por Stephen Kalin e Maher Chmaytelli
SUL DE MOSUL/BAGDÁ, Iraque (Reuters) - Forças do Iraque apoiadas pelos Estados Unidos enfrentaram combatentes do Estado Islâmico nesta segunda-feira para abrir caminho ao aeroporto de Mosul no segundo dia de uma ofensiva terrestre contra o último bastião dos jihadistas no lado oeste da cidade.
A polícia federal e unidades de elite do Ministério do Interior conhecidas como Reação Rápida estão liderando a arremetida ao aeroporto, situado no extremo sul de Mosul, na tentativa de desalojar os militantes de uma colina local conhecida como Albu Saif.
As forças iraquianas pretendem transformar o aeroporto em uma base de apoio próxima para a operação contra o oeste de Mosul propriamente dita.
Os militantes do Estado Islâmico estão essencialmente sitiados nessa região, assim como estimados 650 mil civis, desde que foram expulsos do lado leste da cidade na primeira fase de uma ofensiva concluída no mês passado, depois de 100 dias de luta.
"Eles estão atacando e enfrentando nossas forças e recuando rumo a Mosul", disse o major Mortada Ali Abd, da Reação Rápida, a um correspondente da Reuters no sul de Mosul. "Se Deus quiser, Albu Saif será totalmente libertada hoje".
Helicópteros estavam alvejando a colina para afastar franco-atiradores, e era possível ouvir os sons de metralhadoras e granadas lançadas por foguete. As forças em avanço também desarmaram um carro-bomba, usado pelos militantes para obstruir seu progresso.
Até agora as forças iraquianas vêm avançando por áreas esparsamente povoadas. Os combates irão se intensificar à medida que ocorrerem mais perto da cidade, e o risco irá aumentar para os civis.
Até 400 mil deles podem ser deslocados pela ofensiva, e os moradores do oeste de Mosul já sofrem com a escassez de alimento e combustível e com o fechamento dos mercados, disse a Coordenadora Humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iraque, Lise Grande, à Reuters no sábado.
Comandantes acreditam que a batalha será mais difícil do que no leste da localidade, que as forças do Iraque controlaram em janeiro depois de três meses de confrontos, porque os tanques e veículos blindados não conseguem passar por suas vielas estreitas.