Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - As forças israelenses explodiram casas e cercaram escolas e abrigos para pessoas desalojadas na segunda-feira, ao intensificarem suas operações em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, disseram moradores e médicos.
Elas também prenderam homens e ordenaram que as mulheres deixassem o campo, acrescentaram.
Médicos do Hospital Indonésio disseram à Reuters que as tropas israelenses invadiram uma escola e detiveram os homens antes de incendiar o local. O fogo atingiu os geradores do hospital e causou uma queda de energia, segundo eles.
As autoridades de saúde disseram ter recusado as ordens do Exército israelense, que iniciou uma nova incursão no norte do território palestino há mais de duas semanas, para evacuar os três hospitais da área ou deixar os pacientes sem atendimento.
As tropas permaneceram do lado de fora do hospital, mas não entraram, disseram elas. Médicos de um segundo hospital, Kamal Adwan, relataram fogo israelense pesado perto do hospital à noite.
"O Exército está queimando as escolas próximas ao hospital, e ninguém pode entrar ou sair do hospital", disse uma enfermeira do Hospital Indonésio que pediu para não ter seu nome revelado.
Autoridades de saúde palestinas disseram que 18 pessoas foram mortas em Jabalia e oito em outros lugares de Gaza em ataques israelenses.
As Forças Armadas israelenses disseram que as tropas continuavam as operações terrestres na Faixa de Gaza. Em um comunicado, afirmaram que, no último dia, os soldados desmantelaram infraestrutura militante e túneis e mataram combatentes na área de Jabaliya. Não comentaram sobre a situação imediata dos hospitais e acampamentos.
Israel intensificou suas campanhas em Gaza e no Líbano dias depois que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, aumentou as esperanças de uma abertura para negociações de cessar-fogo para pôr fim a mais de um ano de conflito.
Israel prometeu erradicar os militantes do Hamas que anteriormente controlavam Gaza, mas, ao fazê-lo, devastou grande parte do território e matou dezenas de milhares de pessoas. Mais de 1,9 milhão de pessoas ficaram desabrigadas em meio a uma crise humanitária.