Por Raneen Sawafta e Nidal al-Mughrabi
JENIN/CAIRO (Reuters) - As forças israelenses mataram a tiros três palestinos em dois incidentes separados na Cisjordânia ocupada nesta quarta-feira, elevando para seis o número de palestinos mortos em algumas horas no território palestino.
A violência na Cisjordânia, que já vinha aumentando há mais de um ano, piorou desde o início da guerra em Gaza, onde as autoridades de saúde disseram que dezenas de outras pessoas foram mortas nos últimos ataques aéreos israelenses.
Yousef Nimer, que testemunhou um ataque durante a noite na cidade de Jenin, na Cisjordânia, disse que as forças israelenses dispararam contra as pessoas com quem ele estava sentado do lado de fora de um hospital enquanto terminavam o Suhur, a última refeição antes do nascer do Sol durante o mês de jejum muçulmano do Ramadã.
"Eu disse a eles: olhem, há algo vindo em nossa direção. Fugimos, então um franco-atirador começou a disparar contra nós", disse Nimer, de 16 anos, que foi ferido e apontou para um buraco em uma das paredes do hospital que, segundo ele, havia sido feito por uma bala.
"Alguns rastejaram e outros fugiram. As pessoas que fugiram ficaram feridas e as que rastejaram foram salvas."
Mais tarde na quarta-feira, a polícia israelense disse que um guarda civil armado e um soldado haviam matado a tiros um palestino de 15 anos suspeito de um ataque a facadas em um posto de controle militar entre Jerusalém e a cidade de Belém, na Cisjordânia.
O serviço de ambulância de Israel afirmou que dois membros da equipe de segurança sofreram ferimentos leves a moderados e foram levados ao hospital.
A polícia israelense disse que as forças israelenses mataram a tiros durante a noite um palestino de 13 anos de um campo de refugiados nos arredores de Jerusalém, e o Crescente Vermelho Palestino informou que dois outros palestinos foram mortos em um posto de controle.
A polícia disse que o menino foi baleado depois de lançar fogos de artifício contra forças estacionadas em um posto de observação.
No incidente do posto de controle, a polícia relatou que cinco pessoas foram vistas acendendo explosivos e pretendiam lançá-los na estrada, o que levou as forças israelenses a abrir fogo e prender os suspeitos. A polícia não confirmou nenhuma morte.
Israel intensificou as incursões na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza, e os registros das Nações Unidas mostram que pelo menos 358 pessoas foram mortas no local desde 7 de outubro.
Israel também tem trocado disparos com o Hezbollah, alinhado ao Irã, do outro lado da fronteira com o Líbano. Autoridades israelenses e do Hamas disseram que um ataque de drone israelense a um carro nos arredores da cidade de Tiro, no sul do Líbano, nesta quarta-feira, matou um membro do Hamas do campo palestino de Rashidieh, nas proximidades.
A guerra de Gaza foi desencadeada pelo ataque liderado pelo Hamas às cidades do sul de Israel em 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 253 foram feitas reféns, de acordo com os registros israelenses.
Desde então, ataques aéreos e terrestres de Israel em Gaza mataram mais de 31.000 pessoas e feriram mais de 72.000, segundo autoridades de saúde de Gaza.
Nos últimos combates em Gaza, administrada pelo Hamas, o Ministério da Saúde disse que os ataques militares israelenses mataram 88 palestinos e feriram 135 nas últimas 24 horas.