ADEN (Reuters) - Dezenas de soldados árabes das forças especiais chegaram a Aden neste domingo e se juntaram aos combatentes locais na luta contra a milícia Houthi do Iêmen, afirmou um porta-voz da milícia, sinalizando uma grande escalada no conflito que assola o país.
A Arábia Saudita havia negado que uma operação terrestre estivesse sendo conduzida pela coalizão anti-Houthi que ela lidera, mas se recusou a comentar sobre as forças especiais, um assunto constantemente evitado pelo governo de Riad desde o início do conflito, que já dura um mês.
Em Aden, Ali al-Ahmadi, o porta-voz da Resistência Popular do Sul, um grupo que defende a cidade portuária no sul contra um avanço dos Houthi, aliados do Irã, disse à Reuters:
"Forças da coalizão árabe chegaram a Aden no domingo e estão agora participando da resistência no sul para combater nos arredores do aeroporto da cidade. É um grupo limitado --entre 40 e 50 homens das forças especiais".
A coalizão, que busca restaurar o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, inclui outros oito Estados árabes e está recebendo apoio logístico dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.
A aliança ainda não descartou o eventual uso de forças terrestres, mas até agora já usou ataques aéreos e artilharia na fronteira saudita para bombardear milicianos Houthi e suas unidades militares aliadas.
Aden, um reduto de sentimentos anti-Houthi, tem sido importante desde o início do conflito no dia 26 de março, quando a coalizão começou a atacar forças Houthi que se opõe a Hadi, apoiado pelos sauditas e que estava baseado em Aden por várias semanas antes de fugir para Riad.
Principal exportador de petróleo do mundo e rival sunita do Irã xiita, a Arábia Saudita diz estar preocupada com sua própria segurança e com a estabilidade do Iêmen depois que as forças xiitas Houthi tomaram a capital e começaram a avançar através do país, na fronteira ao sul, em setembro.
Os conflitos na região do Iêmen já vitimaram mais de mil pessoas, incluindo estimados 551 civis desde que os bombardeios começaram, disse a ONU no dia 24 de abril. A agência Unicef afirma que pelo menos 115 crianças estavam entre os mortos.
A coalizão liderada pelos sauditas para atacar o Iêmen provavelmente usou bombas de fragmentação, banidas pela maioria dos outros países, segundo o grupo internacional Human Rights Watch.
(Por Mohammed Mukhashef; com reportagem adicional de Mohammed Ghobari no Cairo, Angus McDowall em Riad e Amena Bakr em Doha)